quarta-feira, 23 de maio de 2012

Bereshit 9p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Toráh oral)



D'us ordena a Nôach para trazer os animais para a arca e entrar com sua família

O som das marteladas espalhava-se no ar, o que não era motivo de alegria para Nôach, que sentia o fim da civilização aproximar-se a cada tábua colocada. Os avisos de Nôach eram sempre recebidos com risadas e palavras duras. Apesar disto, ele obedecia às ordens do Criador e continuou construindo até que o último prego estivesse no lugar.
Ao ficar pronta a arca, apesar de D'us sentir-se satisfeito por Nôach ter cumprido Sua ordem, estava infeliz por ter de destruir Sua criação. Disse então:
"Estou muito triste por ser forçado a destruir o mundo maravilhoso que criei em sete dias." E ordenou a Nôach: "Traga para a arca um macho e uma fêmea de cada animal não-casher e sete pares de cada espécie casher. Traga também suprimento de comida para um ano, para você e os animais."
Sete dias depois, a 17 de Cheshvan de 1656, começou a chover. D'us ordenou a Nôach e sua família: "Entrem na arca."
Nôach, sua mulher Naama e seus filhos Shem, Cham e Yefet, com suas esposas, entraram na arca.
A chuva era cada vez mais forte. Os oceanos, rios, lagos e riachos transbordaram até que a terra ficou inundada. Fontes quentes brotaram das profundezas da terra, partindo a crosta e jorrando água fervendo.
A água começou a subir cada vez mais alto. As pessoas compreenderam que as advertências de Nôach eram verdadeiras; subiram nos telhados e nas copas das árvores, mas as águas aumentavam cada vez mais. Muitos dos gigantes correram para escalar as montanhas. Mas as águas subiam mais e mais até que cobriram o topo das montanhas mais altas.
Algumas pessoas gritaram: "Vamos fugir para a arca para nos salvar!"
Mas, milagrosamente, D'us fez com que seus pés ficassem presos na água. Embora tentassem se mover para a frente, não conseguiam sair do mesmo lugar.
Alguns dos homens perversos gritavam: "Vamos virar a arca! Por que Nôach tem que se salvar?"
Mas, quando se aproximaram da arca, tiveram uma visão assustadora: leões surgiram rugindo ao redor da arca, prontos para devorar quem se aproximasse. D'us milagrosamente protegeu Nôach e sua família.
A chuva destruiu todos os seres vivos, homens e animais fora da arca. (Os peixes foram uma exceção, pois permaneceram vivos).
Nôach e sua família cuidam dos animais na arca
Não vamos pensar nem por um minuto que Nôach e sua família viviam confortavelmente e bem acomodados na arca enquanto o resto do mundo sofria lá fora. Eles tinham que alimentar milhares de animais que levavam na arca.
Tão logo Nôach adormecia, exausto após um dia de trabalho duro cuidando dos animais, era acordado por um grito estridente ou o rugido de um animal faminto. Num instante, Nôach arrastava-se cansado para fora da cama e começava a trabalhar, pois sabia que os animais dependiam dele para obter comida.
Seus filhos - Shem, Cham e Yefet - também passavam a noite acordados, os olhos vermelhos e cansados por falta de sono, pois também sentiam a grande responsabilidade de cuidar constantemente dos animais. Noite após noite, Nôach e sua família se privavam do sono reparador para atender aos chamados dos animais. Durante o dia também não era possível ter algumas horas de sossego, pois os zurros, latidos, rugidos e gorjeios não tinham fim.
Nôach e sua família também sofriam com o cheiro dos animais, que era forte e desagradável; entrava por suas narinas, irritando a garganta.
Além disso, ouviam o terrível estrondo das ondas furiosas do lado de fora da janela. Estavam assustados e tinham o coração paralisado de medo. Rezavam incessantemente, suplicando a D'us que os protegesse.
Por trabalharem tão intensamente com os animais e rezarem o tempo todo, Nôach e seus filhos se tornaram tsadikim (justos) ainda maiores. Agora realmente mereciam ser salvos.
D'us não permitiu que nenhum animal selvagem da arca fizesse mal a Nôach ou à sua família. Todos os animais selvagens da arca se portavam como se fossem mansos. Muitas vezes, Nôach pisava em cobras ou escorpiões, mas nunca foi picado. Apenas uma vez, Nôach estava atrasado com a comida do leão e este lhe deu uma forte patada na perna e Nôach saiu sangrando e mancando.

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