domingo, 20 de maio de 2012

Bershit 3p (Gênesis) Capitulo da Midrash Rabáh (Toráh oral)


Os seis dias da criação
O primeiro dia: D’us criou a Luz, o Céu e a Terra.

No primeiro dia da Criação, D’us criou a Luz antes de tudo.

Ele o fez do mesmo modo que um rei quer construir seu palácio.


Uma parábola

O rei que não pôde criar a luz

A noite toda, o rei e sua companhia marcharam através da flo-resta. Os soldados da escolta real sussurravam excitados entre si. Quando vão chegar lá? Como será? Durante meses – não, anos – o rei planejou construir o mais suntuoso palácio do mundo. Agora, finalmente, a construção seria iniciada e o rei pessoalmente estava-os conduzindo para o lugar que havia escolhido para esta obra.
De repente, os sussurros pararam, porque o rei se deteve. Ele apontou para uma enorme clareira e comandou: "Agora! Vamos começar a construção!"

As ordens do rei foram recebidas com um silêncio terrível. Os construtores reais baixaram suas cabeças e não conseguiam falar.

"Majestade," propôs tremendo um trabalhador, ‘é noite agora e no escuro da floresta mal podemos enxergar qualquer coisa!"

"Luzes", vociferou o rei. "Os trabalhadores precisam de luz! Luzes, imediatamente!"

Ouviu-se desesperada correria de pés, enquanto todos procuravam os eletricistas reais. Finalmente, eles descobriram um eletricista em meio aos trabalhadores da construção, mas, em voz baixa, ele confessou que não havia trazido consigo nem fios elétricos e nem interruptores.

"Vocês não têm velas nem fósforos, ao menos?" grunhiu o rei. "Acendam tochas!"

Mas o vento da floresta estava soprando tão forte que era impossível acender uma chama.

Atrapalhado e zangado, o rei foi forçado a anunciar que a construção seria adiada. Ele não tinha meios de criar a luz que era necessária para começar a construção do palácio.


A chave para a parábola

D’us criou a luz bem no início.

Mas como D’us é diferente de um rei humano! O rei humano pode se enfurecer, bradar e bater os pés, mas sem fósforos, luz elétrica ou alguma outra espécie de luz conhecida, ele não pode criar a luz.

D’us, porém, criou a luz do nada, pronunciando somente três palavras: "Que haja luz!" E, de repente, saída do nada, a luz apareceu do meio da escuridão.

D’us decidiu, "Que haja sempre luz durante o dia, para que as pessoas enxerguem e possam fazer seu trabalho. Todas as noites Eu trarei a escuridão para que as pessoas possam descansar."
Depois, D’us criou o Céu e a Terra. D’us não precisou colocar suportes embaixo do globo para segurá-lo. Ele o suspendeu no espaço.


Segundo dia:

D’us fixa o firmamento

A Terra que D’us criou no primeiro dia estava coberta de água, que estava amontoada sobre o chão a grande altura. Não havia firmamento. No segundo dia, porém, D’us ordenou para as águas:
"Dividam-se em duas! Uma das metades ficará no alto e a outra afunde na Terra e Eu fixarei o firmamento no meio."

D’us chamou o firmamento Shamáyim, Céu. Ele manteve água nas nuvens em forma de vapor para mandar mais tarde em forma de chuva, a fim de que as plantas na Terra pudessem crescer.


Terceiro dia:

D’us criou a terra seca, a grama, as árvores e todas as espécies de plantas

No terceiro dia, a água ainda cobria toda a Terra. Não havia um único ponto seco. D’us ordenou ao anjo do mar:

"Reúna toda a água em alguns lugares para que o restante se torne seco."

O anjo do mar perguntou: "Onde porei toda a água que sobrar? Dificilmente haverá lugar suficiente na Terra para tanta água!"

D’us então juntou toda a água da Terra e a derramou nos oceanos, lagos e rios. O restante da Terra se tornou seca. A água, porém, ficou tão aborrecida por estar aprisionada que ameaçou transbordar e cobrir tudo outra vez.

"Fique onde a deixei!", ordenou D’us. Não inunde a terra seca!" D’us pegou um pouco de argila, escreveu sobre ela Seu grande Nome de quarenta e duas letras e jogou-a no fundo d’água. Enquanto a argila estiver lá embaixo, nas profundezas da água, esta não inundará a terra. (Antes do Dilúvio, D’us a removeu). Então D’us ordenou:

"Que a relva cubra a terra seca!"

Imediatamente, a relva começou a brotar da terra. Além da grama para os animais, D’us criou todos os tipos de grãos, vegetais e ervas comestíveis. Ele também ordenou à terra que produzisse uma grande variedade de flores, para dar prazer à visão e ao olfato; além de todos os tipos de folhas e arbustos.

Estes maravilhosos exemplos das obras de D’us podem ser admirados nos jardins e campos, nas florestas e montanhas e todas elas foram produzidas por D’us no terceiro dia da Criação. Então D’us ordenou:

"Que árvores frutíferas cresçam na terra!"

Imediatamente, emergiram milhares de tipos de árvores; macieiras, pereiras e laranjeiras, ameixeiras, pessegueiros e o que se pudesse imaginar, cada uma com frutas deliciosas, de cores e formas diferentes.


Quarto dia:

D’us suspende o Sol, a Lua e as estrelas no firmamento

No quarto dia, D’us colocou o sol, a lua e as estrelas no firmamento. Existem sete Céus, um sobre o outro. D’us pôs o Sol no Segundo Céu e não no mais baixo, pois queimaria o mundo inteiro com seu intenso calor.

O Midrash explica: A lua é punida por reclamar

Quando D’us criou o Sol e a Lua, Ele fez os dois exatamente do mesmo tamanho. A Lua disse para D’us:

"Sempre que criastes um par, fizestes um maior que o outro. Fizestes dois mundos – olam hazê, este mundo e olam habá, o mundo vindouro. Dois olam habá é o maior. Criastes o Céu e a Terra, o Céu é maior, por ser Tua morada. De fogo e água, a água é mais forte, porque extingue o fogo. Só o Sol e eu, a Lua, fizestes do mesmo tamanho. Um de nós tem que ser maior."

"Ahá!" exclamou D’us. "Sei qual é seu verdadeiro propósito, Lua! Você gostaria que a fizesse maior e o Sol se torna-se o menor. Mas por ter se queixado, Eu a farei menor."

"O meu castigo será tão grande, só porque me ter reclamado?" perguntou a Lua.

"Bem," respondeu D’us, "no futuro, quando Mashiach chegar, Eu farei a sua luz mais forte, tão forte como a luz do Sol agora."

"Serei então igual ao Sol?"

"Não," respondeu D’us, "porque então o Sol brilhará sete vezes mais do que agora."


Quinto dia:

D’us criou os peixes e os pássaros

No quinto dia, D’us encheu as águas com milhares de espécies de peixes e criaturas marinhas. Ele também criou os pássaros que voam no firmamento.


Sexto dia:

D’us cria os animais e o homem

No sexto dia, D’us fez todos os animais, grandes e pequenos. Ele pôs sobre a Terra elefantes, ursos, leões, tigres, panteras, vacas, carneiros, cachorros, gatos bem como camundongos, ratos, doninhas, esquilos e tantas outras espécies de animais. Não se pode esquecer dos insetos. Pode-se conhecer apenas alguns poucos insetos, como moscas, pernilongos, formigas, aranhas, baratas e, naturalmente, zangões e gafanhotos, mas na realidade existem milhões!

Mesmo o corpo dos menores insetos foi feito por D’us para funcionar como um mecanismo complexo. Ao serem estudadas as partes do corpo de um inseto, começa-se a entender um pouco sobre a fantástica sabedoria de D’us.

Finalmente, D’us formou a maior de suas Criações: o homem.
Uma história:

Ninguém pode se comparar ao Criador

O imperador romano, Adriano, voltou de Êrets Yisrael, após tomar parte na destruição do Segundo Bet Hamicdash.

"Vocês vêem," gabou-se ele para os romanos," eu lutei contra o D’us dos judeus. Destruí Sua terra, queimei Sua casa e escravizei Seu povo, os judeus. Por isso, agora também sou um deus. Obedeçam-me e sirvam-me!"

Três de seus mais sábios ministros estavam presentes. O primeiro se levantou respeitosamente e disse:

"Oh, Imperador! Como você pode dizer que venceu D’us se você ainda está em Seu palácio? Deixe o Seu palácio e o declararemos deus. O céu e a terra são o palácio de D’us. Se você pode sair do céu e da terra, nós o serviremos!"

O segundo ministro respondeu à arrogância de Adriano:

" Desejo fazer um pequeno pedido," anunciou. "Se você realizar, nós o serviremos. Este é o meu pedido. Uma forte tempestade se levantou e não nos deixa aportar. Sou um homem infeliz, porque todo o meu dinheiro estará perdido. Só faça o navio aportar e eu, certamente, irei servi-lo como a um deus!"

"Muito bem," respondeu Adriano. "Mandarei toda a minha frota para ajudá-lo. Os marinheiros jogarão cabos e puxarão seu navio para a costa."

"Por que você dá ordens tão complicadas?" perguntou o ministro. "Mande apenas um vento para trazer meu navio para a costa."

"Eu não sei como comandar o vento," disse Adriano.

"Então, como você nos pede para servi-lo?" disse o ministro. "D’us criou o vento e o governa. Como você pode pretender ser um deus?"

O terceiro ministro disse para Adriano:

"Nós o serviremos se você ordenar ao mar que se retire, para que a terra seca apareça e as pessoas possam se instalar nela."

"Isto é impossível para mim," admitiu Adriano.

"Mas quando D’us criou o mar," disse o ministro intencionalmente, "Ele foi capaz de dar ordens e dizer–lhe como fluir. Como então você se compara a D’us?"

Adriano ficou furioso com seus ministros. Foi para casa e se queixou para sua mulher que seus ministros se recusavam a servi–lo. Sua mulher era muito esperta e disse:

"Faça só uma pequena coisa e você será considerado deus."

"O que devo fazer?" perguntou-lhe Adriano.

"Devolva sua alma a D’us," disse ela.

"Você perdeu o juízo?" perguntou-lhe ele. "Se minha alma deixar meu corpo, não estarei mais vivo!"
"Como você pode querer ser um deus?" perguntou sua mulher. "Nem ao menos consegue comandar sua própria vida e quer fazer de conta que governa o céu e a terra?!Vamos servir melhor a D’us Que criou o céu e a terra, fez as plantas e os animais e criou todas as pessoas e as mantêm vivas."


Sétimo dia

Shabat O desfile dos anjos

No sétimo dia, D’us sentou-Se em Seu Trono e Ordenou a todos os anjos que marchassem a sua frente, num grande desfile.

Primeiro, o anjo a quem Ele tinha nomeado para se encarregar dos oceanos passou marchando feliz, seguido do anjo encarregado dos rios.

Depois, marchou o anjo nomeado para cuidar das montanhas; o anjo das águas profundas; o anjo da relva; o anjo do Guehinom (inferno); o anjo do Gan Eden (paraíso); o anjo dos insetos e répteis; o anjo dos animais selvagens; o anjo dos gafanhotos e, finalmente, o anjo encarregado de todos os outros anjos.

Todos os anjos dançaram em santidade e alegria. Encheram os céus com felicidade! Louvaram D’us e gritavam: "A glória de D’us durará para sempre!" Também cantavam: "Que D’us se regozije com a maravilhosa Criação que Ele fez!"

Então D’us acenou para o anjo encarregado do Shabat e sentou-o no trono de honra. Todos os anjos dançaram ao seu redor e cantaram, "Hoje é Shabat Côdesh, o santo Shabat para D’us!"

Depois que D’us criou Adão, Ele o ergueu e deixou-o ver como era grande a felicidade do Shabat no Céu. O dia do Shabat era como um grande siyum, uma festa de celebração, porque D’us havia terminado Sua obra. Quando Adão viu os anjos cantando e dançando, compreendeu como é santo o dia de Shabat e a felicidade que ele poderia trazer para as pessoas na Terra.

O Midrash explica:

Shabat recebe um sócio eterno

Depois que D’us fez o Shabat, o Shabat exclamou: "Estou tão triste e solitário. Sou o único dia que não tem sócio. Domingo vai junto com a Segunda; Terça é vizinha da Quarta; Quinta tem Sexta. Mas eu não tenho ninguém que esteja junto comigo, porque sou o último dia da semana!"

D’us respondeu: "Não se preocupe, Shabat. Um povo inteiro será seu amigo. O povo judeu terá o privilégio de mantê–lo santificado. Por isso você, Shabat e o povo judeu irão sempre pertencer um ao outro!"

O Midrash explica:

Todas as criações louvam D’us

Você sabia que todas as criações cantam louvores a D’us? Elas Lhe agradecem por tê-las feito tão perfeitas e porque Ele designou tarefas no mundo a cada uma. As árvores louvam a D’us com os graciosos movimentos do balanço de seus galhos. A água canta para Ele com o barulho das ondas e o poderoso rugir da rebentação. Os animais O louvam com seus variados chamados e sons. O Sol e a Lua O louvam com seu brilho sobre o mundo. Isto é o que diz o Passuk no Tehilim (capítulo 148): "Louvem D’us, da terra; as cobras grandes e todas as criaturas que vivem nas profundezas; fogo e granizo; neve e neblina; o vendaval que cumpre as ordens de D’us; montanhas e todos os morros; árvores frutíferas e todos os cedros; bestas selvagens e todo o gado; animais rastejantes e pássaros alados."

Mas quem deveria louvar D’us mais do que todos?

Certamente nós, que devemos lembrar que tudo no mundo foi criado para a humanidade e que fomos criados para servir a D’us.
 
Como D’us criou Adão e Eva no sexto dia
D’us criou cada ser em apenas alguns segundos. Adão foi uma exceção. D’us se ocupou com sua Criação por muitas horas. (Ele fez isso para nos mostrar como Adão era importante).

Durante a primeira hora D’us juntou pó de toda a Terra.

Durante a segunda hora D’us misturou o pó com a água e amassou–o até formar uma substância parecida com massa.

Durante a terceira hora D’us formou o corpo de Adão, seus braços e pernas.

Durante a quarta hora D’us soprou a Neshamá (alma) no corpo de Adão. O corpo de Adão era de terra, mas sua alma era um sopro Divino. É por isso que cada pessoa é capaz de se tornar um grande Tsadic, porque nossas almas são fonte de santidade, do Próprio D’us.

Durante a quinta hora, Adão se levantou.

Durante a sexta hora, D’us trouxe todos os animais perante Adão. Com a sabedoria que D’us lhe deu, Adão pôde dar a cada animal o nome apropriado pelo qual deveria ser chamado.

Durante a sétima hora, D’us falou: "Não é bom que Adão fique só. Vou lhe dar uma esposa para ajudá-lo!" D’us provocou em Adão um sono profundo. De um dos ossos que retirou do corpo de Adão, criou a mulher, Eva. D’us fez Eva de uma parte de Adão para que este gostasse de sua esposa tanto quanto dele mesmo.

Durante a sexta hora, D’us deu a Adão uma ordem.

Adão e Eva no Gan Eden (Paraíso)

D’us colocou Adão e Eva no Gan Eden, o jardim mais encantador da Terra. Todas as árvores preenchiam o ar com frutas doces e perfumadas de todas as espécies. Adão e Eva só tinham que estender a mão para pegar uma das deliciosas frutas ou beber água do rio cintilante e límpido que corria através do Gan Eden.

D’us ordenou a Adão para cumprir certas mitsvot. Sempre que ele cumpria estas Mitsvot, as plantas do Gan Eden cresciam. D’us mandou um anjo para o Gan Eden. O anjo escreveu um livro para Adão que continha muitos segredos de D’us. Adão estudou este livro.

Ambos, Adão e Eva eram pessoas santas e puras, onde o mal e a má inclinação não existiam. Eles estavam sempre pensando e fazendo o bem.
 
D’us põe Adão e Eva à prova
D’us ordenou a Adão:

"Vocês podem comer as frutas de todas as árvores do Gan Eden, exceto de uma: Não comam da árvore do centro do jardim! No dia em que vocês comerem o seu fruto, vocês merecerão a morte. Se vocês não o comerem viverão para sempre."

D’us deu à serpente o entendimento e o poder de falar. Naquele tempo, a serpente tinha pernas e andava ereta. Ela se chegou a Eva e perguntou-lhe astutamente:

"D’us realmente lhes disse para não comerem nenhuma fruta do Gan Eden?"

"Não, Ele não o fez," respondeu Eva. "D’us nos deixa comer as frutas de todas as árvores, exceto daquela no centro do jardim. D’us nos proibiu de comer daquela árvore para nosso próprio bem. Se comermos dela ou a tocarmos, mereceremos a morte."

"Sua boba!" retrucou a serpente. "Esta não é a verdadeira razão. A verdadeira razão é que D’us sabe que tão logo vocês comam do seu fruto, vocês ficarão muito inteligentes, iguais aos anjos. Vocês então conhecerão todos os segredos de D’us!"

Ao contrário das palavras da serpente, D’us preveniu Adão e Eva para não comerem daquela árvore para protegê-los contra o mal. Mas a astuta serpente distorceu tudo, e foi convincente. Eva acreditou em suas palavras.

Olhou para a árvore. Seus frutos pareciam lindos e eram muito perfumados. Como podia ser que comer desta árvore causasse a morte? Talvez a serpente estivesse certa – comendo dos frutos, ela e Adão se tornariam tão sábios quanto os anjos.

A serpente reparou que Eva estava em dúvida como agir. Rapidamente, ela a empurrou para a árvore.

"Veja, você a tocou!" exclamou a serpente. "Aconteceu alguma coisa a você? Assim como você não morreu tocando nela, você não morrerá comendo dela. Ao contrário, você se tornará igual ao próprio D’us." Se você esperar e não comer isso agora, D’us criará outro que mandará em vocês. Olhe, qualquer coisa que for criada depois, mandará no que foi criado antes.

Eva convence Adão também a comer o fruto da árvore proibida e ambos são castigados.
 

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