segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bereshit 22p (Gênesis) Capitulo Midrash Rabáh (Totáh oral)



D'us ordena Avram sobre a circuncisão
Quando Avram tinha noventa e nove anos, D'us lhe disse, "Avram, Eu quero que você tenha uma milá (circuncisão), isso vai ser um sinal no seu corpo de que você Me serve."
"De agora em diante, seus descendentes, os judeus, vão fazer a milá nos seus filhos quando seus filhos tiverem oito dias."
Qual é a diferença entre a mitsvá da milá e as outras mitsvot?
Outras mitsvot, tais como tsitsit ou tefilin, são cumpridas em determinadas ocasiões. Mas a mitsvá de milá permanece com a pessoa dia e noite e por toda a vida; nunca pode renunciar a ela.
D'us anunciou a Avram, "Você não será mais chamado de Avram mas sim, Avraham. Avram quer dizer que você é o pai de Aram, o lugar onde nasceu. Agora Eu o transformo em Avraham, que quer dizer o pai de muitas nações.
"O nome de Sarai também será mudado. De agora em diante ela será chamada Sara, que significa rainha sobre o mundo todo. Assim como você é um rei sobre o mundo, assim ela é uma rainha sobre o mundo. Apesar dela ser muito idosa para conceber, dará a luz um filho quando tiver o seu novo nome, Sara".
Avraham irrompeu num riso de felicidade quando ouviu as boas notícias.
D'us falou para Avraham, "Chamará seu filho de Yitschac (Isaac) porque você riu e se alegrou. Todos também rirão e se alegrarão com o seu nascimento."
Avraham não demorou para cumprir a mitsvá. No mesmo dia em que D'us falou com ele, fez a milá nele mesmo. Nesse mesmo dia, também fez a milá em Yishmael e nos trezentos e dezoito membros da sua casa. Essa foi uma tarefa monumental para executar em um dia, D'us deu a Avraham forças para realizá-la.
Uma história: Como o pai de Rabi Yehudá Hanassi estava disposto a sacrificar sua vida pela mitsvá da milá
Certa vez o governo Romano decretou, "Nenhum pai judeu pode fazer a milá em seu filho."
Naquele tempo nasceu um menininho na Terra de Israel. Foi chamado Yehudá. Seu pai era um dos líderes do povo judeu.
O pai disse, "D'us nos ordenou a fazer o berit milá. O cruel imperador romano nos ordenou o contrário. A quem hei de obedecer, a D'us ou ao imperador? Eu não desobedecerei à ordem de D'us por causa do imperador!"
Oito dias depois do nascimento do seu menino, o pai circuncidou-o secretamente.
Mas o segredo não foi guardado por todos. Algumas pessoas o passaram ao governador da cidade.
Ele chamou o pai de Yehudá e o repreendeu severamente, "Ouvi falar que você circuncidou seu filho. Como ousa desobedecer a ordem do imperador?"
O pai de Yehudá respondeu, "Faço o que D'us nos ordena!"
O governador disse, "Sei que você é um homem importante, um líder do povo judeu. Porém, nem mesmo você pode desobedecer o imperador. Será castigado."
"Qual será meu castigo?" - perguntou o pai de Yehudá.
"Isso não compete a mim decidir," respondeu o governador. Viajarei até o imperador em Roma e lhe comunicarei seu comportamento. Você, sua mulher e seu filhinho também deverão ir para serem julgados."
Com os corações pesados os pais de Yehudá se puseram a caminho com o bebê. Eles rezaram a D'us para que o imperador poupasse suas vidas.
Na noite antes de chegarem a Roma, alojaram-se numa hospedaria não-judia. A mulher do hospedeiro acabara de dar a luz. Ela iniciou uma conversa com a mãe de Yehudá.
"Porque você não está feliz com o seu novo bebê?" - perguntou-lhe ela. "Vejo que suspira e tem o semblante triste o tempo todo!"
"Temos muito medo", explicou a mãe de Yehudá. "O imperador pode nos matar porque circuncidamos nosso bebê apesar de sua proibição."
A mulher do hospedeiro era uma mulher muito boa. Fez um sinal para a mãe de Yehudá acompanhá-la até um aposento onde ninguém podia ouvi-las. Lá ela sussurou para ela, "Vamos trocar os bebês. Pode mostrar o meu para o imperador. O meu bebê não é circuncidado."
A mãe de Yehudá concordou e levou o bebê não-judeu para o palácio. Quando o bebê ficou com fome no caminho, a mãe de Yehudá o amamentou.
O governador estava no palácio do imperador. Ele explicou ao imperador, "Aqui está o judeu que desobedeceu tuas ordens, Majestade! Circuncidou seu filho".
O imperador ficou furioso. "Entregue a criança aos meus servos", ordenou.
O bebê foi examinado, porém para a grande surpresa de todos, não tinha milá!
O governador que havia acusado os pais de Yehudá quase desmaiou.
"Juro que este menino estava circuncidado, Majestade!", exclamou. "Deve ser um milagre. O D'us dos judeus faz milagres por eles quando rezam!"
O imperador estava muito irado com o governador, que o havia exposto ao ridículo perante toda corte. "Cortarei sua cabeça por dizer mentiras!", gritou. "E em relação aos judeus, deixá-los-ei circuncidar seus filhos se assim desejam! Meu decreto está abolido."
Cheios de gratidão a D'us, os pais de Yehudá saíram do palácio.
Na hospedaria, trocaram os bebês com a esposa do hospedeiro. Esta disse à mãe de Yehudá: "Quero que nossos filhos sejam amigos quando crescerem, pois D'us realizou um milagre através do meu filho".
Quando cresceu, Yehudá se tornou o santo Rabi Yehudá Hanassi, presidente do San'hedrin (Corte Suprema), e compilador da Mishná.
E o filho do hospedeiro? Por ter sido alimentado com o leite da mãe de Rabi Yehudá, D'us lhe concedeu grandeza neste mundo e no mundo vindouro. Mais tarde, veio a ser o imperador romano Antônio, um bom amigo de Rabi Yehudá e protetor dos judeus.
Da mesma forma que o pai de Rabi Yehudá agiu, muitos judeus nas gerações posteriores arriscaram a vida para fazer milá nos seus filhos.
Na época dos Chashmonaim (Macabeus, quando ocorreu o milagre de Chanucá) os gregos proibiram o berit milá. Matavam as mães cujos filhos eram circuncidados. Mesmo assim, muitos pais judeus continuaram a circuncidar seus filhos. Nos tempos atuais, a milá era proibida na União Soviética, e realizada secretamente.
Nosso povo esteve e está sempre disposto a arriscar a vida para cumprir as mitsvot de D'us.

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